Justiça Federal bloqueia mais de R$ 150 mil de dinheiro público para garantir atendimento a jovem que ficou sem andar e falar por alergia ao cheirar pimenta
Segundo a mãe dela, Adriana Medeiros, a jovem ficou com sequelas permanentes. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) disse ao g1 que está ciente ...

Segundo a mãe dela, Adriana Medeiros, a jovem ficou com sequelas permanentes. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) disse ao g1 que está ciente e vai adotar as providências. Justiça bloqueia verba para garantir tratamento a jovem que teve reação alérgica a pimenta A Justiça Federal bloqueou R$ 156.074,88 de dinheiro público para garantir atendimento a jovem Thaís Medeiros que ficou sem andar e falar por alergia ao cheirar pimenta em 2023. Segundo a mãe dela, Adriana Medeiros, a jovem ficou com sequelas permanentes. "Uma vitória importante para Thaís. Estou aliviada, espero que dê certo", disse a mãe nas redes sociais. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) esclarece que a pasta está ciente da decisão em favor da paciente e que está adotando as providências pertinentes quanto à decisão. Segundo o documento, o bloqueio da verba pública visa garantir que a jovem Thaís receba o tratamento domiciliar necessário pelo período de seis meses. A sentença foi assinada pelo juiz Jesus Crisostomo de Almeida. A medida foi adotada devido ao descumprimento das decisões judiciais de fornecer o tratamento adequado, mesmo após o município reconhecer parcialmente a dívida e retomar alguns pagamentos. Reação alérgica Thaís estava em Anápolis, no centro de Goiás, quando cheirou a pimenta na casa do namorado. "Ela estava com meus pais na cozinha, e entraram em assunto de pimenta. Então ela passou a pimenta no nariz e cheirou. A garganta dela começou a coçar e, logo em seguida, ela já foi perdendo as forças", contou o namorado de Thaís na época, Matheus Lopes de Oliveira. A trancista foi levada ao hospital e precisou ser reanimada. Ela ficou 20 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis. Na época, o médico Rubens Dias afirmou que Thaís sofreu lesão permanente no cérebro, que comprometeu seus movimentos e sua fala. Thais Medeiros antes e depois de sofrer uma reação alérgica ao cheirar pimenta Reprodução/Redes sociais e Fábio Lima/O Popular “O que ela teve foi um período que o cérebro não recebeu a oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande, explicou o médico. Adriana Medeiros contou que a jovem começou a apresentar alergias, e desenvolveu bronquite e asma após a gravidez da filha mais velha. Thaís sofria com crises alérgicas e, inclusive, chegou a ficar cinco dias internada por conta de uma bactéria no pulmão antes do acidente, disse a mãe. LEIA TAMBÉM: HOME CARE: Família de jovem que teve grave reação alérgica após cheirar pimenta luta na Justiça para que Prefeitura de Goiânia forneça tratamento domiciliar RESUMO: Relembre trajetória de luta para recuperação de jovem que passou mal após cheirar pimenta BATALHA: Um ano após ter grave reação alérgica a pimenta, jovem não anda nem consegue falar Em 2023, Thaís ficou mais de 260 dias internada e fez diversos tratamentos. Ela chegou a ser reanimada após uma crise de broncoespasmo (contrações dos músculos das vias respiratórias que dificulta a passagem do ar). A família disse que em 2024 Thais teve apenas três internações e isso é uma vitória. A estabilização e a melhora no quadro dela se devem a vários tratamentos e cuidados que a jovem recebe da mãe e de profissionais da saúde. Alimentação especial, sessões de fisioterapia e de fonoaudiologia, medicamentos, fraldas descartáveis, entre outras despesas, custam à família cerca de R$ 16 mil por mês. Luta na Justiça Adriana disse que eles recebem muitas doações, mas que precisava retomar o serviço de home care, que foi oferecido a Thaís apenas durante seis meses. A mãe contou que a Justiça determinou que a Prefeitura de Goiânia retomasse o atendimento domiciliar da jovem até o dia 30 de dezembro de 2024, mas a gestão municipal não se manifestou ainda. No início de dezembro de 2024, a Prefeitura de Goiânia informou que recorreu da decisão judicial porque a jovem não se enquadra nos critérios do serviço de home care custeado pela prefeitura. O suporte é oferecido a pacientes que necessitam de respirador, diz o texto. Com as doações recebidas ao longo dos últimos dois anos, Adriana contou que já foi possível comprar uma casa para a família. Na época do acidente, a jovem morava num apartamento sem elevador e precisava ser carregada pelas escadas para ir a consultas e fazer exames. Apesar da “de luta”, Adriana mantém viva a esperança. Ela diz que é realista e que sabe que a filha não será mais a mesma de antes. No entanto, a mãe da jovem, que deixou de trabalhar desde o acidente para cuidar da filha, tem sonhos e faz planos para 2025. Adriana pensa em montar um salão de beleza em casa, no Setor Morada do Sol, em Goiânia. Ela, que é cabeleireira e manicure, trabalhava com a filha antes de Thaís ser hospitalizada. Adriana Medeiros em rotina de cuidados com a filha Thais Medeiros, após reação alérgica a pimenta Fábio Lima/O Popular 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás